Arsenal Women: O que esperar para 2023?

Matheus
6 min readJan 2, 2023

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Time feminino do Arsenal busca se consolidar na segunda metade da temporada, mas conta com problemas.

Elenco da equipe londrina que começou a temporada.

Depois do vice campeonato inglês da temporada 21/22 por apenas um ponto para a rival Chelsea, e de parar nas quartas de final da UEFA Women’s Champions League para as garotas do Wolfsburg, a equipe feminina do Arsenal começou a preparação para 22/23 com dois objetivos claros: No território doméstico, desbancar as blues que vem de três títulos consecutivos. Já no âmbito continental, voltar ao degrau mais alto da Europa depois de longas 15 temporadas.

A equipe do norte de Londres começou a FA Women’s Super League (WSL) com grande campanha, mantendo 100% de aproveitamento até a derrota por 3x2 em casa, no Emirates Stadium, para o Manchester United pela nona rodada. Os três pontos perdidos não abalaram a equipe, que logo nas duas rodadas seguintes voltou a encontrar o caminho da vitória nos confrontos contra o Everton, no Meadow Park (casa da equipe feminina) e contra o Aston Villa no Villa Park, jogo esse que marcou a despedida das Londrinas pela WSL em 2022.

Já pela Champions League, as inglesas não tiveram um começo tão fácil. Entrando na segunda fase eliminatória da competição, o sorteio colocou as holandesas do Ajax no caminho para a fase de grupos. Um empate por 2x2 na Inglaterra, e uma difícil vitória por 1x0 na Holanda colocaram o Arsenal na fase seguinte. Nos grupos o começo foi empolgante para a equipe de Londres, conquistando 7 pontos de 9 possíveis (incluindo uma goleada por 5x1 na França contra o Lyon, as atuais campeãs da competição). Nos jogos de volta, um complicado 1x0 contra a Juventus e uma derrota — também por 1x0 — para o mesmo Lyon marcaram a campanha. A tranquilidade só foi possível na última rodada, com o sonoro 9x1 contra a equipe do Zurique fora de casa, fechando assim não só a fase de grupos do torneio como também o 2022 da equipe.

  • Na UWCL foram 13 pontos de 18 possíveis, 4 vitórias, 1 empate e apenas uma derrota. Esses foram os resultados que garantiram a classificação do Arsenal como líder do grupo.
  • Pela WSL, 24 pontos, com 8 vitórias e apenas uma derrota, garantindo assim o fim de ano com a segunda colocação do campeonato inglês.

Problemas para a sequência da temporada

Apesar dos bons resultados, o desempenho da equipe deixou a desejar em alguns momentos nessa primeira metade da temporada. Alguns fatores são fundamentais para explicar isso, mas dois pontos são os que mais chamam atenção: A falta de reforços e a quantidade de lesões.

Na janela de início de temporada, o Arsenal trouxe apenas 3 reforços: a goleira estadunidense Marckese, a sueca Lina Hurtig e a jovem brasileira Gio Queiroz (que foi emprestada ao Everton assim que chegou). Em contrapartida, a equipe perdeu oito atletas, como a experiente atacante Tobin Heath, e a campeã da Europa com a Inglaterra, Nikita Parris.

Ao mesmo tempo que a ida ao mercado não foi tão intensa, as Gunners foram surpreendidas com um grande número de lesões, problema que assombrou — E assombra — a equipe nessa temporada. As mais sentidas foram a dupla de zaga titular, Leah Williamson e Rafaelle, além da meio campista e capitã, Kim Little. Apesar da recuperação de três das suas principais jogadoras, a equipe sofreu dois baques nos últimos meses do ano: Beth Mead, recém eleita melhor jogadora da Euro e segunda melhor do mundo, e Vivianne Miedema a grande artilheira holandesa, acabaram sofrendo a mesma lesão e romperam o ligamento cruzado anterior do joelho. Uma grave lesão com tempo de recuperação incerto, mas longo e que exige paciência. No caso de Mead, existe a esperança do retorno antes da Copa do Mundo, que acontecerá entre julho e agosto desse ano. Já para a camisa 9 da Holanda, a Copa se tornou um sonho quase impossível, praticamente encerrando sua temporada.

Beth Mead e Vivianne Miedema na premiação da BBC Sports. Ambas podem perder o restante da temporada por lesão.

Janela aberta: O que vem por aí?

Depois de perder duas das suas principais atletas pelo resto da temporada, e ficar com o elenco ainda mais enxuto, a diretoria do Arsenal e o técnico Jonas Eidevall terão que se reinventar para o restante das competições. Alguns nomes são falados na mídia, e as que parecem com chances mais reais de desembarcar na Inglaterra são:

  • Debinha, atacante brasileira de 31 anos. Ela está sem contrato após deixar o North Carolina Courage, dos EUA.
  • Victoria Pelova, jovem holandesa do Ajax. Seu contrato termina nessa temporada e a atleta tem o sonho de atuar na Inglaterra
  • Signe Bruun, atacante do Lyon, cujo o contrato também expira nessa temporada.
  • Kathrine Kuhl, promessa dinamarquesa de apenas 19 anos.
  • Cloé Lacasse, atacante canadense do Benfica. Com contrato até 2024, a equipe portuguesa não promete facilitar a negociação.
  • Além disso, Gio pode estar voltando do seu empréstimo para completar o elenco das Gunners.

A metade final da temporada

Com todos os problemas, a equipe busca se afirmar nessa segunda metade da temporada. O técnico Jonas procura uma forma de ajustar o time e corrigir as falhas, pois as lacunas e falta de desempenho ficaram mais evidentes do que nunca após as baixas sofridas durante 2022.

A ida ao mercado parece inevitável, e é uma saída para melhorar a performance do time e encorpar o elenco que já está bem reduzido. Já na parte tática, fica o mistério, pois o Arsenal terá pouco menos de duas semanas para se organizar antes de começar seu 2023. Mas o que de fato se espera da equipe é uma melhor organização, coisa que faltou em alguns jogos durante 2022 e atrapalhou a equipe londrina.

Um elenco experiente, mas com o acréscimo de peças chave: É essa receita que parece ser adotada por diretoria e comissão técnica, para que assim o time possa chegar vivo e brigar até o final pela Women’s Super League e pela Liga dos Campeões.

Após a parada de fim de ano, as Gunners voltam a campo no próximo dia 15 de janeiro, quando recebem o Chelsea no jogo entre líder e vice líder, em rodada que marca o retorno do campeonato inglês. Já pela UWCL, o time espera o sorteio para definir sua rival e as datas das quartas de final.

- O campeonato inglês feminino é transmitido pelo App do Star+ e os canais ESPN, com um jogo por rodada. Para acompanhar todas as partidas na íntegra é possível acessar o app do The FA Player, plataforma oficial de streaming do campeonato.

- Já a UEFA Women’s Champions League pode ser acompanhada pelo YouTube da Dazn (Nas fases eliminatórias os canais ESPN passar a também exibir a competição).

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Matheus

Estudante de jornalismo e apaixonado por esporte!